25 de maio de 2010

Maré Campés!



Passo leve temperado
Sinto perdido grão praiano
Formigar meu descalço
Em noite de outono.

Brisa frouxa que amacia
Minha face iluminada
Em matizada orla
Bem-vinda agradecia.

Luar solto entre nuvens
Que por vezes se esvaía 
Sem sentir-me a companhia.

Aguo a nudez de meus pés
Onde escorre silenciosa gota
Na forma de maré campés.

Paulo Boechat.

22 de maio de 2010

Michelle, Anjo Encantado!



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A cada Maio um suspiro de saudade!
Mas a certeza de que continuas em outra realidade!
Nossos sonhos,
Suas visitas!
Nosso peito,
Seu afago!
Nas dificuldades,
Seu sorriso!
Nos tropeços,
Seus abraços!
Ah! Como é bom saber que você está entre nós!
Numa Nuvem de Amor e Afeto!
Acariciando-nos na continuidade de nossa jornada terrena!
Nunca desistindo dos nossos “Sonhos”.

Paulo Boechat.


20 de maio de 2010

Corte em Minueto!




Cáustico som desafinado
Mordaz...
Enfadonha meus sentidos!
Apuro cada nota,
Iota!
Desperto na matina,
Insisto no leito suado...
Irado!
Da febre que espanca minha pele!
Na busca da patia,
Frenecto mesmo conhecidas salubres...
Persisto nos lenços que me deito,
Em desmedida teimosia!
Tímpanos perturbados...
Do rego fronteiro
Às cachoeiradas montanhas invisíveis!
Agora sim!
Vence o adágio no corpo!

Paulo Boechat.

19 de maio de 2010

The sounds of silence!



Saí a caminhar...
Dia claro de sol reluzente, céu esplendoroso.
Típico outono carioca!
Como se naquele momento as forças da natureza se materializassem somente para meu deleite.
Recostei-me aos pés de frondoso velho jacarandá.
Olhar ao longe e pensamentos fugidios...
Recolhi-me para o descanso da labuta destes últimos dias!
Intrigado! Esgotado!
Silêncio!
Meditar é uma arte atemporal!
Transcendente.
Completamente absorto e fagueiro em meus pensamentos
Tudo tornou-se mais doce e tangível.
Em segundos um presente:
Um sobrevoar de maritacas urbanas...
Que saudade das perdidas escapadelas nas matas da fazenda do Caminho da Pedra Preta!
Sentidos apurados aos detalhes do ar!
Borboleta multicores esvoaça a minha frente. Uma! Solitária!
Por questão de instinto ou intuição fixei meu olhar em um dos formosos troncos notando a presença de pequeno casulo.
Indaguei-me: se desta casca metamórfica sairá já já esse lindo ser alado...
Então breve meu vôo há de alcançar as alturas da Luz!

Paulo Boechat.

Foto de Ricardo Cardim

16 de maio de 2010

Estático!




Olha-me!
Desfaça a dureza que te consome.
Esforça-te!
Pega meus dedos e entrelaça nos teus!
Suga meus lábios em demasia.
Alivia-te!
Estraçalha a sórdida solidão que em ti habita!
Acha-me em teus sonhos!
Não desmaie!
Na borda de teus olhos encontre-me...
Nesse espesso nevoeiro!
Mesmo esbaforido pelos enganos da vida
Desmorona-te em meus braços!
Espero-te como em todo desastre ambular
A calmaria chegar!

Paulo Boechat.

8 de maio de 2010

Lampejos!





Hoje estou como o vizinho oceano

Rugindo por entre o esplendor das brumas

Uma névoa cercada pelos mistérios intangíveis da Alma

Um cálido venoso a misturar-se sorrateiro

Uma falésia escavada pelo esplendor das ondas

E onde nascente jorro deita a água tranqüila

Para saciar meus sonhos

Esculpidos nas janelas que me enfronham.

E sinto ao longe um misterioso doce sabor

A navegar em constante cadência sonora

E abrigar-me-á na enseada segura e iluminada

De um novo poente!

Paulo Boechat.

1 de maio de 2010

Estalactites da alma!




Quando as gotas caem uma nova porção de água toma seu lugar

Juntam-se alinhavadas nas frestas orbiculares que me faceiam

Formando hoje estalactites na alma!

Meu coração umedecido pela desnuda que ronda o contato humano!

Será que ainda resta alguma fenda escondida

Para que eu possa tamponá-la?

Quero ser diferente de Espanca

Uma visão sonhada

Que veio ao mundo

E ser encontrado em Vida!

Paulo Boechat.

Foto de http://nalga.wordpress.com